"Como somos crianças! Que valor damos a um olhar! Ah! como somos crianças!... Tínhamos ido a Walheim; as damas foram de carro. Durante o caminho, creio ter visto os olhos negros de Lotte... Perdoe-me, que estou louco, mas eu queria que você visse aqueles olhos! [...] Eu buscava os olhos de Lotte, mas, ah!, eles iam de um lado para outro, sem pousar em mim, que ali estava sem outro pensamento que não fosse para ela! Meu coração mil vezes lhe pedia adeus, e ela não olhava para mim! O carro partiu, e uma lágrima rolou dos meus olhos. Segui-o com o olhar, vi os cabelos de Lotte se agitarem para fora da portinhola e notei que ela se voltava para olhar... Seria para mim? Meu caro Wilhelm, flutuo nesta incerteza, e meu único consolo é dizer a mim mesmo: 'Talvez ela se tenha voltado para me olhar!' Talvez!... Boa noite! Ah! como sou criança!"
Werther, 8 de Julho.
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